Angosat-2 pode contribuir na implantação da Indústria-4.0 em África

Angosat-2 pode contribuir na implantação da Indústria-4.0 em África
Jornal de Angola

2022-10-12


O AngoSat-2 foi colocado em órbita, Quarta-feira, dia 12 de Outubro do corrente, a partir do Cosmódromo de Baikanur, em Cazaquistão, por volta das 20 horas locais, 16 horas de Angola. Uma delegação do Governo Angolano, chefiada pelo Ministro das Telecomunicações Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Augusto da Silva Oliveira, testemunhou o lançamento.
Como satélite de Alta Taxa de Transmissão (HTS), o Angosat-2 vai disponibilizar 13 gigabytes em cada zonas de alcance do sinal do satélite, uma mais valia para o desenvolvimento de soluções que podem, grandemente, contribuir no desenvolvimento da Indústria-4.0 em África, particularmente, Angola.
Nessa perspectiva, as capacidades instaladas no Angosat-2, impactam no aumento de eficiência e produtividade por meio da automação e consequente simplificação de processos, optimização de linhas de produção e das rotinas de manutenção e identificação automática de oportunidades de melhoria por meio da análise de dados de componentes inteligentes.
Exemplifiquemos os contributos dessa importante ferramenta no desenvolvimento da agricultura através da automatização de vários processos, como o estudo e fertilização de solos e o combate às pragas.  
As transmissões por via do Angosat-2 podem permitir mitigar as principais dificuldades em levar diversos serviços públicos, passando a ser feitos  por via de telefonia e dados, tais como e-governement, e-comerce, telemedicina, investigação científica e o ensino à distância, em zonas mais recônditas de Angola, onde o acesso é difícil, situação que também encarece os combustíveis e lubrificantes para os sistemas de alimentação, na ausência da energia da rede pública.
"O nosso país é extenso e as comunicações via satélite ajudam a que cheguemos aos pontos mais recônditos do país de forma mais célere”, afirmou Mário de Oliveira no acto de lançamento do Angosat-2, destacando os impactos positivos desta solução tecnológica que vai contribuir para o desenvolvimento socioeconómico de Angola em várias áreas.
Como é óbvio, Angosat-2, como satélite de comunicações, traz grandes benefícios para o sector de telecomunicações, tornando mais baratos e acessíveis o acesso aos serviços como de TV, Rádio, Internet, Telefonia entre outros, contribuindo para a redução da Exclusão Digital.
Projectado para 15 anos de vida útil, o satélite custou 320 milhões de dólares, e tem dois centros de controlo, sendo um em Luanda e outro na Rússia, estando baseado na plataforma Eurostar-3000 na órbita geoestacionária, a uma distância de cerca de 36 mil quilómetros da superfície da Terra.
O Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN) como gestor principal, garante que todos os elementos técnicos para operação em órbita do Angosat-2 já estão assegurados no Centro de Controlo e Missão de Satélites (MCC), localizado na Funda, arredores de Luanda.
Para operação do Angosat-2, foram formados e certificados pela empresa construtora 25 especialistas do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN). As formações foram na vertente da arquitectura, desenho e funcionalidades da plataforma e carga útil, assim como a formação prática sobre utilização dos softwares de operação.
Angosat é a denominação de um projecto estruturante que integra não só a construção, lançamento e operação dos satélites angolanos, mas também a criação de capacidade nacional em recursos humanos e infra-estruturas, no âmbito da Estratégia Espacial Nacional 2016 – 2025.
A esse propósito, o ministro Mário Oliveira sublinhou que o Angosat não aparece isoladamente, pois, faz parte de um programa que inclui a Rede Nacional de Fibra Óptica e a Rede de Fibra Óptica Submarina. "O Angosat é uma componente desse ecossistema com vista à melhoria das comunicações do país”, esclareceu. 


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