Angola testemunha inauguração da Agência Espacial Africana

Angola testemunha inauguração da Agência Espacial Africana
Jornal de Angola

2025-04-23


O ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, apontou a utilização da tecnologia espacial como uma das formas para impulsionar o desenvolvimento dos países africanos, face aos desafios que o continente enfrenta.

Ao discursar na inauguração da Agência Espacial Africana, no âmbito da Conferência "NewSpace Africa 2025", que decorreu de 20 a 23 de Abril no Cairo, República Árabe do Egipto, Mário Oliveira destacou as áreas da agricultura, gestão de catástrofes, previsões climáticas, banca e finanças, bem como petróleo e gás, defesa e segurança, que podem ver os desafios ultrapassados com recurso à tecnologia espacial.

Realçando o facto de o evento ocorrer numa altura em que Angola detém a presidência da União Africana, e um ano após ter sediado o Newspace Africa, o governante afirmou que apenas 36 por cento dos africanos estão conectados à Internet, uma situação que requer acções concretas para ser ultrapassada.

O Newspace Africa2024, afirmou, reforçou o posicionamento do país e do continente como parceiros credíveis e comprometidos com o ecossistema espacial global.

O ministro destacou o satélite ANGOSAT-2, lançado em 2022, que já conectou mais de 366 mil angolanos que em zonas remotas, onde a maioria da população nunca teve antes acesso à Internet.

O ANGOSAT-2 também está a ser testado em África, em países como a Zâmbia, África do Sul e outros, perspectivando-se para breve a assinatura de contratos comerciais e parcerias nos serviços do satélite angolano com alguns países do continente. 

No âmbito do Programa de Observação da Terra, o ministro adiantou que Angola possui vários produtos que, com recurso a imagens de satélites e Inteligência Artificial, prestam serviços ligados à produtividade agrícola, mineração, petróleo e gás, activos urbanísticos e estimativa de arrecadação do Imposto Predial Urbano, entre outros.

"Ao reconhecer a importância dos programas de observação da Terra e a construção de infra-estruturas que forneçam maior resiliência e independência, na aquisição de imagens de satélites de alta resolução, o Governo de Angola assinou um contrato com a empresa Airbus, para a construção do primeiro satélite de observação da Terra de Angola, denominado ANGEO-1”, afirmou.

Mário Oliveira reafirmou o compromisso de Angola continuar a trabalhar com os demais Estados africanos e outros parceiros internacionais, para que o espaço se afirme como um verdadeiro catalisador de desenvolvimento, uma ferramenta de integração e ponte para um futuro inclusivo, sustentável e próspero para todos.

Com base nestes pilares, o Governo está empenhado em consolidar uma Agência Espacial forte, com bases legais claras, capacidade operacional crescente e inserção internacional estratégica. 

"Acreditamos que juntos podemos ultrapassar os nossos desafios e consolidar a indústria espacial africana”, enfatizou Mário Oliveira.


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